Lives Contabilizei: Da abertura do CNPJ à startup de sucesso

Vitor Torres, fundador e presidente da Contabilizei, e Renata Zanuto, co-head do Cubo, participaram de um bate-papo no Canal da Contabilizei do YouTube onde levantaram importantes questões sobre empreendedorismo, falaram sobre mercado digital, o ecossistema das startups no Brasil e até sobre o que é pitch e como fazer um com primazia.
Se você quer montar um negócio que tem base tecnológica, este conteúdo é para você. Aqui também estamos traduzindo alguns termos para ajudar aqueles que estão chegando agora nesse mundo das startups.
Confira então alguns assuntos que rolaram na conversa. Mas não se engane – isto aqui é um Pitch também! Se você ficou interessado, veja todo o conteúdo no vídeo da Live que está disponível no nosso Canal.
O ecossistema de startups no Brasil
Segundo a Associação Brasileira de Startups, o termo “ecossistema de startups” se refere a todas as empresas e órgãos que contribuem para empresas nascentes se desenvolverem.
Podemos dizer que os dois participantes desta Live tiveram que aprender por si mesmos sobre como funciona o mercado das startups – quando começaram a formar suas carreiras nessa área, o mundo das empresas de inovação ainda era muito restrito.
Renata Zanuto atua no sistema de startups desde 2010, e comenta que trabalhou na IBM durante 10 anos fazendo a interação de startups com a multinacional. Tanto ela quanto Vitor Torres dizem que tiveram que buscar referências no exterior pois no Brasil apareciam poucas iniciativas.
Para documentar essa evolução da tecnologia, Renata diz que o Cubo tem um mapeamento que mostra a evolução das iniciativas de apoio e suporte ao empreendedorismo digital. Os dados começam nos anos 2000 – com quase nenhuma atividade. Em 2005, já aparecem iniciativas e em 2010 há maior movimentação, com o aparecimento das aceleradoras, o olhar dos investidores para o Brasil e grandes empresas de tecnologia ofertando recursos tecnológicos para que as startups iniciem seus negócios.
Segundo este mapa, Renata diz que em 2015 acontece o boom de suporte para as startups, com cada vez mais empreendedores sendo assistidos. “E é justamente onde entra o Cubo, porque por mais que os empreendedores pudessem buscar apoio e financiamento em diversos lugares, faltava essa iniciativa que colocasse tudo no mesmo lugar”, diz ela. Vitor também comenta que o “Cubo é um marco muito importante, que de fato tangibilizou um local de encontro, troca de experiências – antes isso acontecia somente em alguns eventos.”
Renata ressalta que o Brasil está muito evoluído agora, e recebe investimentos de todo o mundo. Respondendo a uma pergunta de um participante na Live, ela diz que a diferença do Vale do Silício para o Brasil é que no Vale há algumas tecnologias disruptivas, e aqui as empresas tendem a utilizar tecnologias prontas para desenvolver novas soluções.
Vitor comenta também que há bastante investimento no Brasil para iniciar os negócios, fazer a primeira mudança de escala, mas quando são necessários recursos para dar um passo maior é preciso buscar investimentos no exterior. Ele pontua ainda que as empresas que buscam esse tipo de aporte – como já fez a Contabilizei em dois momentos – estão competindo com o mercado interno dos países onde estão esses financiamentos – e isso pode ser um dificultador do processo. Com visão otimista sobre o tema, Vitor acredita que com o amadurecimento do ecossistema de startups no Brasil será mais fácil que os investidores aloquem recursos específicos para o país – e isso facilita o acesso.
Renata relata ainda que foi difícil, lá no começo, mostrar para as grandes empresas quais são as vantagens de se fazer negócios com as startups, porque muitas vezes eram vistas como concorrentes e não como parceiros. A partir do momento que apareceram parceiras de sucesso, o mercado começou a ganhar confiança para conseguir abrir mais negócios nesse sentido. Para ela, isso indica o amadurecimento desse ecossistema.

Cubo – do que se trata esse negócio?
Renata Zanuto comenta que o Cubo é o mais relevante hub de empreendedorismo tecnológico da América Latina, trabalhando com curadoria e matchmaking. No site da instituição, o negócio se define assim: “Somos o Cubo Itaú, uma comunidade que, desde 2015, conecta as melhores soluções para construir grandes cases de inovação para o mercado.“
Nas palavras de Renata, que comenta que foi chamada para o Cubo quando havia uma gigantesca necessidade de expansão (passando de um pequeno prédio para um negócio de vários andares), a missão deles é conectar as startups com grandes empresas, universidades e outros pares para gerar negócios.
Mas o que é considerado uma startup, afinal?
Renata afirma que a definição de startup para o Cubo é um empresa real (já aberta, com CNPJ), que resolve problemas reais, do mundo real, e tem potencial de escala.
Sobre as limitações no tamanho das startups, ela pontua que enquanto a empresa estiver inovando no seu produto e buscando crescimento, ainda pode ser considerada startup. O que faz uma empresa ser uma startup, então, não é o tamanho do faturamento ou a escala no número de colaboradores e clientes – Renata afirma que “podemos ter uma startup grande, como a Quinto Andar, desde que siga buscando inovação e crescimento.”
Para Vitor, na definição do que é uma startup a cultura da empresa pesa muito: “deve estar olhando para a inovação sempre, buscando melhorias sempre”, comenta ele.
Como o Cubo apoia os empreendedores digitais?
Entre as vantagens de participar do Cubo, Renata destaca o potencial de negócios, porque a equipe reúne as soluções promovidas pelas startups acolhidas e apresenta para grandes empresas. Também ressalta a troca de informações entre os participantes, uma vez que os fundadores das startups enfrentam, muitas vezes, desafios semelhantes. São oferecidos diversos encontros, sobre todo tipo de assunto, com o objetivo de proporcionar o desenvolvimento dos empreendedores e suas equipes.
Para passar na seleção do Cubo, que começa no site mesmo, é preciso já estar gerando receita, ter o produto desenvolvido e receber demonstrações do mercado de que há interesse no que está sendo ofertado. O Cubo justamente ajuda a buscar escala – coloca a grande empresa junto com empreendedor para gerar negócios.
E é na hora da seleção do Cubo que o empreendedor precisa apresentar o Pitch do negócio – e Renata nos dá um caminho bem certeiro sobre do que se trata essa ação, que é muito conhecida para que os empreendedores do mundo da tecnologia ganham espaço e atenção.

Pitch – o que é e como montar o seu
Para você que chegou aqui sem ter ouvido falar em Pitch, te damos uma definição sumária: trata-se de uma apresentação curtíssima sobre o negócio, especialmente com a finalidade de atrair interesse de clientes, investidores ou parceiros.
Renata trouxe na Live uma fórmula básica para se construir o Pitch. Ela começa dizendo que “não precisa contar história bonita – é preciso começar por qual problema você resolve.”
Para a estrutura geral do Pitch, ela sugere responder às seguintes perguntas:
- Qual problema você resolve?
- Qual a solução oferecida?
- Qual é o seu modelo de negócio?
- Qual é o seu mercado de atuação?
- Quais são seus concorrentes (diretos e indiretos)?
- Quais são os seus diferenciais?
- Como são os seus resultados?
- Qual é o seu time e quais são os próximos passos?
Ela ressalta ainda que para falar com cada tipo de público é necessário adaptar – para o investidor será de uma forma, para o cliente de outra.
Vitor comenta que, pela experiência dele, o grande objetivo do Pitch é conseguir mais uma conversa com aquele cliente, parceiro ou investidor depois. O negócio não é fechado naquela hora, mas apresentar o Pitch do seu negócio abre portas.

A Pandemia e o ecossistema das startups
Renata disse que muitas startups apoiaram os negócios tradicionais na aceleração da transformação digital que aconteceu por conta da necessidade de isolamento e distanciamento social. Ela comenta que, no Brasil, algumas empresas de grande porte ainda demonstravam pequeno interesse no mercado digital, mas foram levadas a buscar soluções com as startups provocadas pelo momento.
Por conta desse movimento, Renata comenta que a integração entre os ecossistemas será maior nesse futuro próximo, com mais empresas tradicionais buscando inovação e parcerias para essas mudanças. Para Renata, novas oportunidades surgirão também por causa do comportamento do consumidor.
Vitor Torres afirma ainda que a tecnologia veio para ficar. Ele diz que “está se provando ser algo fundamental – em 2020, um ano super desafiador, nos utilizamos da tecnologia para tudo.” Ele pontua ainda que as empresas que não entenderem isso e não utilizarem a tecnologia para fazer mudanças correm risco de ficarem pelo caminho.
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Escrito por:
Guilherme Soares
Guilherme é engenheiro formado pela Universidade de São Paulo com mestrado em administração de empresas pela London Business School. Guilherme atuou como consultor de estratégia de negócios na Bain & Company e liderou áreas de estratégia comercial e produtos na Latam Airlines Cargo e Cielo. Iniciou na Contabilizei em 2018.